_bom dia

Amanheces-me o dia, e despertas a cor e o sabor desse gesto, desse calor com que esta manhã me trouxeste até ao ouvido a tua voz doce, tão meiga de mel.
É bom sentir o primeiro raio de Sol entrar pela janela e sentir-te tão perto – tão junto a mim.
É bom – tão bom que é – saber-te, sentir-te chegar perto do meu pescoço e roçar murmúrios de gente que sente feliz.
É bom – tão bom que é – adivinhar-te por entre o escuro daquelas quatro paredes, sentir-te o peito inspirar e expirar os sonhos de menina que adormece de sorriso posto, de anjo que depõe as armas do desejo e se deixa ficar...
É bom, tão bom que é, sentir-me desaguar tão profundos sonhos e desejos nesse teu regaço que conheço – hoje – de cor.
É bom – tão bom que é – adivinhar de olhos fechados cada centímetro do teu corpo, conhecer-lhe as curvas e contra-curvas do meu e teu prazer; o perfume... a luz que a tua aura me trás.
Gosto de passar o dia com esse teu perfume por entre cada poro do meu corpo, inspirar esse teu/meu “intens(o)” prazer.

Gosto de te sentir chegar mais perto, mas deixa-me ficar aqui, sentado/deitado/sumido a observar os teus passos de bailarina que só a ti eu gosto de ver.

Gosto de ficar aqui, descalço, fechar levemente os olhos, inspirar com prazer e imaginar, sentir o teu toque, o teu abraço, a textura da tua pele.
Prende-me em ti, eu deixo...
Deixo que me leve à bolina desse teu ser. Deixo que todos os nossos defeitos/feitios/virtudes/manias/vícios, equilíbrios.. desequilíbrios, metades... se encaixem... se completem... se preencham...

Não te vendo falsas ilusões, não seremos perfeitos nem o procurarei tão pouco ser, mas deixa-te ficar...

Gosto de acreditar que não terá sido por um acaso...

“Quando veio, mostrou-me as mãos vazias,
as mãos como os meus dias, tão leves e banais.
E pediu-me que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo: “Não partas nunca mais!”
E Dançou, rodou no chão molhado,
Num beijo apertado de barco contra o cais...
E uma asa voa, a cada beijo teu
Esta noite sou dono do céu
E eu não sei quem te perdeu”

Ouço-te chegar...

... chega-te mais perto, deixa-me sentir o perfume... “de tantas noites mais”

1 comentários:

Patixa disse...

Tu nunca vendes falsas ilusões, nem tão pouco ilusões verdadeiras.Tu és tu mesmo, como sempre te conheci...

Quem me perdeu? Não sei, mas se me encontrares dentro de ti... Penso que andava por esses lados a ultima vez que soube de mim...

Ou talvez não me tenha perdido, apenas encontrado de uma forma diferente.

 
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