Porque Sim...
Esta noite, quando chegares a casa, tudo estará pronto para ti. Já os deitei, com um beijo na testa a cada um, e aconcheguei-lhes o cobertor; dei um jeito à cozinha, à sala, e estive com eles a arrumar as coisas que passaram a semana espalhadas… Ainda bem que Londres fica longe: de lá não podeste ver a bagunçada que estes três diabos fazem à tua casa, na tua ausência…
Vou passar pelas brasas um pouco, já confirmei a hora de chegada do teu voo… tudo em ordem…
Amanhã fazemos anos, como passou tão depressa… Levo-te a um restaurante especial que fui com uns colegas la da firma. É calmo e come-se bem… e o ambiente… vais gostar. Já encomendei a mesa e duas garrafas do teu vinho…
Não houve segundo em que não pensei em ti… em tantos e tantos anos, como é possivel cada dia gostar mais… cada dia querer-te mais e mais.
Passei estes últimos dias a sonhar com a tua chegada… de malas, meio atarantada e mal dormida, mas com os olhos… esses olhos que desde o primeiro dia em que os vi, soube que seria para sempre… Esses olhos que, desde o ciclo, quando, de costas na carteira da frente, eu comentava com o F. e dava por mim a sonhar acordado…
Passaram-se dez anos até te reencontrar e.. de vez… Nunca mais vou esquecer da Final, no Bar, em que te voltei a ver… de novo.. como nos filmes… como se nunca tivesses saído, como se nunca de lá tivesses deixado de estar… e não deixaste de estar…
Tantas e tantas noites depois, tantos e tantos pores e nasceres de sol que partilhámos, tantos e tantos sumóis, cafés, arroz de gambas… depois de tantas pequeníssimas coisas, espero-te, esta noite, sentado neste banco metálico do Aeroporto de Lisboa, contando cada segundo, como sempre te esperei, no café, à porta de casa, e sei que, mal vislumbrar uma madeixa do teu cabelo cor-de-coisa-qualquer, vou tremer, gelar, arrepiar, secar-me-à a boca, como sempre… desde a primeira vez…
Abraçar-te-ei, e sentirei cada milimetro do teu corpo junto ao meu, fecho os olhos, e dir-te-ei ao ouvido uma vez mais, como sempre, “Gostas… eu gostas tanto de ti, quero-te tanto meu amor!”
Passaram-se tantos anos desde o primeiro abraço, desd eo primeiro beijo, e como sempre soube, haveria de estar aqui, hoje, a ler-te isto, deitado em teus braços, e respirando o mesmo prazer que tu.
Amo-te desde o primeiro olhar, já nem lembro como foi… o sitio... – não seria dificil – mas, como sempre, nunca duvidei que aqui voltássemos um dia…
Prometi fazer-nos chegar até aqui…
olha para trás meu amor, vê o que fizémos nascer juntos. Olha para eles, olha para nós…
“Vem, anda cá! chega-te mais perto, quero dizer-te um segredo” - Sorris com esses lábios que me arrepiam e dizes que não. Não te vou morder, não te vou fazer mal – “Não te como, anda lá”. Cedes, por fim… “ Quero ficar contigo, deixa-me fazer-te feliz!” e... dessa vez… nessa vez…
“Eu também quero… Eu Quero! Sim… podes ajoelhar… Hoje posso dizer: Sim!”
Porque nunca deixaste de acreditar, porque nunca é tarde para acreditar, a todos os que acreditam… para todos os que acreditam…
M., porque milagres acontecem Mesmo!
... e porque eu acredito...
eU!
1 comentários:
As palavras ficam presas cá dentro quando se lê algo assim...
Eu acredito...
***Mil***
Enviar um comentário