Uma destas noites tive um sonho…

Sonhei uma igreja vazia…
...pelo chão esvoaçavam folhas secas e muito pó pelos bancos vazios… as portas escancaradas deixavam passar o vento que ecoava sozinho pelas paredes de madeira secada aos anos…

No altar um tipo sentado no degrau à espera... de rosto fechado oonde o calor lho vazia suar…
Vestia um escuro fato, molhado pelo mesmo suor que lhe secava o rosto. Amarrotado e sujo como este fato, ele ali estava, sentado, há já nem ele sabia quanto tempo…
Nada ali passava fazia anos… nada, nem um som senão o seu respirar e o vento que teimava em fazer contar o tempo…
A espaços os corvos, morcegos e pombos entravam pela porta, mas nem estes se demoravam muito… cruzando um cruel bailando como quem goza e troça a sua liberdade e faz vaidade dela, fazendo agitar um pouco mais as folhas do chão.

…mas lá no fundo ele acreditava…

… mas lá no fundo ele sabia o que lá estava a fazer…
havia nele um crer, uma fé expontânea… uma verdade que só ele, dentro de si mesmo, sabia haver…

.. e assim se deixou ficar… à espera…

e meses, anos assim se passaram… com ele ali, deixando que o tempo vivesse por ele… deixando que toda uma vida se lhe passasse por si…

um dia acordou diferente…

Nessa manhã o sol acordou-o com um dos seus milhões de braços… um deles lhe fez brilhar o rosto com mais força, fazendo despertar o olho…

Sentiu um perfume diferente no ar… o vento, que outrora entrava desgovernado pela porta, hoje parecia seguir uma corrente ordenada por uma outra qualquer força misteriosa que pairava no ar.

Um perfume de repente abriu-se e entrou pela porta… uma luz mágica cresceu à entrada, uma imagem parecia formar-se… parada.
Uma aurea que vislumbrou, um perfil, um vestido branco… um rosto branco, pálido… um sorriso, que reconheceu.
Os seus olhos começaram a brilhar, um brilho tão grande como todo o amor que sempre teve e fez acreditar que esse dia ia chegar…

Lentamente o corpo reagiu e aos poucos recuperou a posição.
A imagem tinha agora um rosto, um sorriso, um olhar tão puro e transparente como o mar, caminhou em frente…
Enquanto se foi aproximando, a igreja foi tomando cor, os bancos, deixaram o pó e encheram-se de gente que parecia nunca de lá ter saído.
A cada passo o seu sorriso foi abrindo. O fato que vestia há anos edireitou-se assim como o seu cabelo, o seu corpo, o seu rosto… aberto…

Chegou-se até ele, olharam-se nos olhos, sorriram... aquele sorriso que tanto tempo trocaram, em segredo… no fundo canto dos seus seres…

A boca dele chegou-se ao seu ouvido…

“eu sabia que vinhas…”

2 comentários:

Anónimo disse...

eu tb...mtas!

João Tiago disse...

U's X's I's por todo o lado!!!! ?! :S isto merece seriamente a apreciação que o ze fez no blog!

 
estrelas no deserto | Desenhado por techtrends | © 2008 mais ou menos todos os direitos reservados